Fui jantar em um restaurante que adoro na semana passada e tive um pequeno susto ao ler aquele papel que cobre as bandejas dos restaurantes de shopping: "Cliente, abrimos 362 dias por ano - fechamos apenas na terça de carnaval, no Natal e no Ano novo". Juro que não achei aquilo incrível. Meu primeiro pensamento foi: Escravidão? Não que eu esteja acusando a empresa disso, longe de mim. Inclusive fiquei sabendo que a mesma tem um projeto super bacana de inclusão, que não vem ao caso. Meu pensamento me levou a um assunto mais além e que anda me incomodando... até que ponto trabalhamos demais?
Vez ou outra surge esse questionamento na minha vida. Será que trabalhamos para viver ou vivemos para trabalhar? Clichê? É nada!!! É um questionamento muito válido. Detesto discursos anti capitalismo e estou longe de me jogar nessas águas, mas percebo que me apego cada vez mais a pequenos prazeres na vida e acredito que isso se deve ao fato de sempre estar atarefada, cansada, ocupada, preocupada. E tenho 28 anos. Decidi que não vou calcular a idade em que eu vou poder me aposentar porque viver esperando essa data deve ser destruidor. Acho que podemos sim, unir qualidade de vida ao trabalho.
Tenho acrescentado isso aos meus dias com pequenas mudanças na rotina. Coisas como exercícios, alimentação, mais horas de sono. Tudo lindo na teoria e que funciona na prática, mas que não é acessível a toda a população. Vejo pessoas tão cansadas em paradas de ônibus, motoristas stressados no trânsito, clientes e usuários de serviços tão nervosos e grosseiros com atendentes e sempre acho que as pessoas precisam trabalhar menos. Definitivamente... mas infelizmente, não vivemos numa situação ideal para isso e aí entra-se em um assunto tão delicado, polêmico, político e filosófico que me faria escrever mil linhas, dormir tarde e - Me atrasar amanhã!